Terror na cidade, correria e desespero
Trazendo o caos e o medo, vem chegando os cangaceiros
Abrindo o caminho á bala, anarquismo e tiroteio
Em nome de Virgulino, assassino e justiceiro.
Eu me chamo Virgulino, pra muitos, sou Lampião
Saqueador e assassino temido em todo o sertão
Por patente, capitão. Nunca soube o que é perdão
Infeliz do coronel no qual ponho minhas mãos.
Tenho um ódio preso a alma, desde quando criança
Vi meu pai morrer por tiros de polícia, na infância
Alheio a valentia em uma terra sem esperança
Por meu pai assassinado, jurei sangue e vingança.
Meu rifle atira cantando num compasso assustador
Faz gosto brigar comigo porque sou bom contador
Enquanto o fuzil trabalha, minha voz longe se espalha
zombando do próprio horror, zombando do próprio horror.
Minha munição é boa, minha mira é certeira
Quando Deus quer que eu mate, eu acerto de primeira
Sinta a ira da vingança de Virgulino Ferreira
Sinta a ira da vingança de Virgulino Ferreira.
Enquanto houver balas, juro guerra ao governo
Que assombra e oprime a todo o pobre brasileiro
Até meus últimos dias, trocarei balas sem receio
E se morrer num tiroteio, sei que morro satisfeito.